sábado, 4 de julho de 2009

Quando a saudade aperta

Recorremos aos nossos instintos primários e comporta-mo-nos da forma mais pura do ser vivo, como os animais, os bebés e as crianças. Vamos ter com a pessoa de quem temos saudades, com os objectos dessa pessoa, tentamos, desesperadamente, encontrar um cheiro que nos mate a saudade levando-nos à recordação que tanto queremos viver de novo... Culpa-mo-nos por não ter reagido de outra forma, tentamos imaginar uma outra reacção que nos faça sentir melhor e, em vão, lutamos por tornar verdadeira a reacção fantasiosa.

Porque tentamos sempre melhorar algo do nosso passado? Se temos consciência do erro, se sentimos culpa por algo que fizemos, então porque não corrigimos daí em diante? O passado fez de nós o que somos hoje! Se realmente nos apercebemos dos nossos erros então já aprendemos algo que não teríamos aprendido se não tivéssemos errado.

A perfeição é uma utopia que não pertence a nenhum ser vivo. Os nossos defeitos tornam-nos únicos e memoráveis. O que não nos impede de distinguir o bem do mal. Mas é essa distinção que faz a diferença nos nossos defeitos. Nem sempre podemos agir consoante a definição do "bem" pois já diz o ditado que "de boas intenções está o inferno cheio". Um equilíbrio entre todo o tipo de opostos é a chave da felicidade.

E a felicidade também passa por recordar o passado, o valor que antes não dávamos a coisas que sempre tivemos e que só quando as deixámos de ter é que sentimos falta delas, os tempos vividos com pessoas que já não podemos abraçar...

Não chores de saudade com tristeza, chora de saudade com um sorriso orgulhoso por teres conhecido a pessoa que nunca esquecerás.

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