quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Homens II

Chega o calor, aquele quente abrasador que só nos dá vontade de mergulhar em água fresquinha ou de nos abanarmos para refrescar o corpo... Até aqui tudo bem. O cenário começa por ser um centro de saúde, um serviço público onde as pessoas até nem estão de gosto, mas têm mesmo de estar, e só lhes apetece fugir dali o mais depressa possível. Até nem estava muita gente, o que é animador dadas as circunstâncias. Infelizmente lembro-me de passar uma vista de olhos pela sala e deparo-me com uma cena exageradamente primitiva...
Um homem dos seus 30s e tais bastante mal amanhados, com uma camiseta branca de alças, calção curto e chinelinho de faixa que abre com velcro (do melhor que há), e claro, o seu fiozinho d'ouro! O típico português! (pra mal dos meus pecados) Por muito degradante que esta cena já o fosse por si só, o pior ainda está pa vir... Encostou-se ao balcão com uma postura bastante relaxada, põe um pezourro em cima do outro pezourro, e toca de levar a camiseta ao pescoço pa fazer festinhas no belo do balão da cervejola! Nem as grávidas conseguem um barrigão daquele tamanho...

16 comentários:

Anónimo disse...

mas quem és tu? a miss perfeita?e tu não és a tipica portuguesa que nunca está satisfeita com nada, que reclama por tudo e por nada, ya critica, tens de fazer alguma coisa na vida...

Ana Rita Centeno disse...

Estou curiosa pa saberes quem és... Eu critico o que observo, tenho de viver com coisas boas e más...
Mas confesso que estou curiosa pa saber quem és... Se estás tão insatisfeito/a com o que escrevo... diz-me, porque voltas?!
Cumprimentos da "miss perfeita"

Anónimo disse...

eu sou eu, não te conheço, carlos o meu nome, conheces? logo vi que não. não escondo o meu nome quando critico o que não gosto.não sei questiono me, quando dizes o típico português, e eu pergunto não te consideras 100% portuguêsa?

Ana Rita Centeno disse...

Considero-me portuguesa, claro, com o bom e o mau! Mas aqui falo dos homens, eu sou mulher. Estou a criticar atitudes de homens que observo (e não é só uma vez que as vejo). Acho piada! No estrangeiro as mulheres portuguesas típicas têm bigode! Mas isso é lá fora, cá dentro a coisa muda de figura... Criticam o que não sabem, eu ao menos critico o que observo...
Optei por fazer um blog de desabafos, por escrever coisas que muitas pessoas optam por "condenar" quando as observam mas que não as dizem... eu digo e não vejo mal nenhum nisso. Não refiro nomes nem comprometo seja quem for.
Nunca criticaste nada nem ninguém? Eu critico... umas vezes saiem baboseiras, outras coisas mais construtivas... (ou não).

"Miss Perfeita"

Anónimo disse...

sim, mas será que não te comprometes a ti mesma? dando uma imagem de pessoa insatisfeita, que sente que nada está bem em seu redor, não sei dás essa imagem, tive a ler os teus "desabafos" é estranho analisar que ligas aos pequenos pormenores do dia a dia,erá que é saudavel tais analises ao nosso quotidiano?

Ana Rita Centeno disse...

E o ser humano não é insatisfeito por natureza? Quer sempre mais e melhor... Dou a imagem de alguém que analisa pormenores... que tem isso de mal? Certamente não serei a única e gosto de o fazer. Se não faço mal a ninguém porque não posso criticar situações do dia-a-dia?
E tu deste com o meu blog, embora não gostes do que escrevo, continuas a lê-lo... curioso não? Podias simplesmente ignorar, mas sentiste necessidade de cá vir e agora estamos a trocar impressões... Tal como dizes "é estranho analisar que ligas aos pequenos pormenores do dia-a-dia"... Também estás a analisar-me e a criticar-me... o que te torna tão diferente de mim?!

Anónimo disse...

sim é insatisfeito por natureza, mas o ser humano nos dias de hoje tem que aprender a viver em comunidade, a lidar com as diferenças. sim critico te, porque acho que apesarem de serem as tuas criticas, os teus pensamentos e os teus desabafos, na minha opiniao e papel de critico, acho incorrecto porque criticas pessoas que simplesmente estão a viver as suas vidas, não olhando para ti, e observando cmo é o teu corpo, ou cmo tu te vestes ou ages. não sei deste me essa imagem nos teus desabafos, e depois essa dos homens, tambem me deixou a pensar, o teu mundo é assim tão pequeno para te questionares se não existe homens como deve ser? claro que existe, não podes é só olhar em frente, epah chamou me atençao o teu blog, porque contraria certas coisas que penso e quis expor os meus pensamentos a ti, entendes?

Ana Rita Centeno disse...

Se eu não aprendesse a viver em comunidade não saia de casa! Aí não teria oportunidade de observar os comportamentos alheios e de criticar os que acho mais caricatos. E precisamente por viver em comunidade é que reparo nos pequenos pormenores, porque sou curiosa, porque quero conhecer mais do que os meus comportamentos, abrir os meus horizontes e não me restringir ao meu "pequeno mundo". Ser diferente não é mau, é bom! Ser diferente é ter conhecimentos/ comportamentos/ pensamentos (e muitos mais "mentos") diferentes dos outros. É isso que te deixa curioso, é isso que te faz pensar e questionar na tua vida e nas dos outros. Agora, há certas atitudesque não são as mais correctas, pois claro que não. E eu estou cá para as observar e criticar se me apetecer, sem comprometer ninguém. Tenho liberdade para criticar o que me apetecer, desde que não faça mal a ninguém. Quanto a mim... é como eu sou, quem gosta, gosta, quem não gosta... gostasse!
Sinceramente, já passei demasiado tempo preocupada com o que os outros pudessem pensar de mim, mas eu tenho defeitos na mesma e as pessoas vão criticar sempre. A minha consciência está leve e limpa, considero-me uma observadora do dia-a-dia, uma crítica das imperfeições que fazem parte da nossa natureza... não me parece que isso seja tão mau assim.

E sim, acho bem que me critiques e que me exponhas os teus pensamentos, é pra isso que serve o blog.

Anónimo disse...

que tipo de criticas é que ja foram feitas sobre a tua pessoa ao ponto de te fartares?

Ana Rita Centeno disse...

Não se trata das críticas em si, trata-se do facto de não poderes fazer nada para evitar que te critiquem. És como és e não podes agradar a todos, nem vais deixar de ser tu condicionando a tua vida pela opinião alheia.

Todas as pessoas criticam e são criticadas, o que difere é a razão da crítica e a crítica em si.
O mundo é composto por opiniões e pela desigualdade das mesmas... Por isso existem 1001 locais de sonho para passar férias, existem os tribunais para tentar igualar certas diferenças, existem vários tipos de comida para todos os gostos, cores, costumes, regras... É uma lista que não tem fim.
E vivemos todos juntos, numa miscelânia de contradições e imperfeições perfeitas...

Anónimo disse...

humm... sim nada é igual, e nada é perfeito nem aos meus olhos nem aos teus, mas criticar é uma forma de exprimir mos o que não achamos que esteja certo, algo que esteja mm errado, algo que nos afecte tanto positivamente cmo negativamente, não consigo criticar alguem que so pk é gordo e cheira mal, agora se ele não tiver a chatear ninguem e estiver na sua, que mal isso tem? agora critico sim, a CP (comboios de portugual ) um exemplo, que criticam , que exigem sempre melhorias salariais, mas depois fazem com que centenas de pessoas cheguem atrasadas aos seus trabalhos por simples falhas tecnicas e irresponsabilidades, isso sim afecta as pessoas, e sao este tipo de pessoas e situaçoes que na minha opiniao se deviam criticar.

Ana Rita Centeno disse...

Há críticas e críticas. Há críticas com e sem fundamento, umas construtivas e outras nem por isso. Eu também não critico as pessoas por serem gordas ou cheirarem mal... repara, há uns tempos havia uns anúncios (se encontrar o link eu adiciono) onde as pessoas faziam coisas que a sociedade condena, alguns até foram censurados, se não me engano. E pergunto-te, qual seria o objectivo desse anúncio? O choque! Havia outro onde passavam dois homossexuais de mãos dadas num jardim em frente a duas velhotas que estranhavam apenas o facto de estarem de alças com o frio que estava. Ora, para que serve isto?! A primeira coisa que pensarias seria a crítica ao facto de serem dois rapazes de mãos dadas, mas não. Não digo que choque, mas faz-te rir pela ironia, pela surpresa do comentário delas.
Independentemente da tua opinião sobre esse assunto, a verdade é que se fala, se critica, se aceita... enfim, existem 1001 opiniões diferentes sobre isso, e hoje em dia, tenta-se expandir os horizontes e tentar fazer com que a sociedade aceite as diferenças que existem. Mas as pessoas continuam a pegar em certas situações (das mais banais como o simples passear de mãos dadas) para fazer disso um "debate", um tema para início de conversa... Onde quero chegar é ao facto de serem as simples e mínimas atitudes que dão início a conversas, divergência de opiniões (ou não)... é isso que alimenta a vida, é isso que te deixa a pensar na tua vida, na dos outros, em como reagirias se fosses tu, ou até se fosse alguém de quem gostasses muito...

Não sabes o dia de amanhã, muita coisa pode acontecer e podes ter que te deparar com pequenos pormenores que no passado não deste qualquer tipo de importância. Não digo que isso seja uma necessidade, mas com uma opinião mais fundamentada e articulada as coisas fluem bem melhor. Eu tento ter uma opinião sobre tudo o que vejo, tudo o que me toca ou toca às pessoas mais próximas. Sou uma curiosa por natureza, e muito crítica quando posso fundamentar as minhas opiniões.

Agora, quanto à CP... sei que existem esses problemas, a mim de facto não afecta. Ando muito de combóio e nunca tive razão de queixa. Mas sei que afecta a muitos... Mas isso já são problemas gerais, do país... e disso toda a gente fala, deixa de ter piada (se é que é pa ter piada) comentar ou criticar esse tipo de assuntos... Pra isso começamos a criticar o governo, mas eu nem sou muito dada à política. Vivemos num país viciado, num país onde o factor C é líder... Eu vou viver a minha vida da forma que acho mais correcta, de acordo com os meus princípios. E posso até bater muitas vezes com a cabeça na parede, mas é como acho que devo agir. Esteja o país bem ou mal. Além do mais, existe sempre aquela do "quem está mal muda-se!" Se bem que, se todos pensarmos assim, qualquer dia Portugal deixa de ter portugueses e quem governa são os Russos, Ucranianos, Brasileiros... Passa a ser uma miscelânea de costumes como começou por ser a América... Pensando assim mais vale mudar já de nacionalidade!

Não, não vou criticar a política deste país... não merece tanta consideração assim. Voltando à CP... digamos que os trabalhadores se sentem bastante descontentes com a vida que levam e cada um defende os seus interesses, pois mais ninguém defenderá os teus! Mas é como te digo, ainda não senti isso na pele... quando sentir, quem sabe...

Anónimo disse...

ja pude reparar que a tua vida baseia se mt nisso, no olhar para as coisas e não desviar o olhar, mas sim fixar nelas e pensar, reflectir e tirar conclusoes, são fases interessantes da nossa vida, mas tal cmo te diss, critico akeles assuntos que ja referi, acho que ambos ja chegamos a conclusao, que eu nao critico tu criticares, critiquei sim , só determinados assuntos, nothing more.responde me so isto. uma pessoa que pensa demasiado nas coisas, nos pormenores, será que consegue viver em paz? ja o fui no passado e não consegui, pela simples razão para mim tudo tem de ter um porquê, uma razao.., sera que s consegue viver em paz, na nossa vida social e no amor? eu nao o consegui e duvido que alguem o consiga.

Ana Rita Centeno disse...

Acho que é a forma como enfrentas a vida que te deixa ou não viver em paz. Eu observo e comento, reflicto e tiro as minhas conclusões, mas não deixo que isso afecte a minha vida... pelo menos não de forma negativa. Tento tirar o melhor partido disso, seja lá ele qual for.

Eu também tento encontrar uma razão, um porquê, mas nem sempre podes ser tu a encontrar as respostas todas e nem sempre as encontras naquela altura. O tempo é a única certeza que temos: não pára! E muitas vezes é um grande sábio no que diz respeito a respostas... Há um tempo na vida pra tudo, não nos devemos precipitar. Todas as pessoas têm os seus altos e baixos na vida e eu tb já passei por alguns e cheguei a uma frase que, de certa forma, resume isto...

"Tudo tem um tempo e o tempo leva o seu tempo a fazer do tempo o tempo ideal!"

Encontro no tempo respostas que na altura me perturbam/ incomodam ou que nem as tenho quando quero.
O viver em paz depende (acho eu) da forma como encaras a tua vida e tudo o que dela advém; dos problemas, das contrariedades, das dificuldades, das felicidades, das alegrias, dos sorrisos, dos olhares e da importância de cada momento ou atitude que atribuis ao que te rodeia. Essa importância vai definir a tua resposta a cada estímulo com que te deparas...

Na nossa vida desempenhamos diversos papéis: começamos por ser filhos, netos, sobrinhos, irmãos, amigos, namorados, alunos... e se tudo correr bem acabamos por ser pais, avós, donos de casa, (temos uma profissão qualquer)... enfim, milhares deles. E para todos reagimos de formas diferentes, porque todos nos estimulam de uma forma diferente. Na sociedade também te deparas com essa discrepância de papéis e nem sempre se consegue lidar com isso. Mas estamos cá pa aprender...

O amor... é um tema delicado e extremamente pessoal e íntimo. Cada pessoa vive-o e sente-o de uma forma muito particular e, por muito, que o tente explicar, as palavras ficam muito aquém daquilo que se sente e se pretende transmitir.
Umas vezes conseguimos amar, outras nem por isso... umas rejeitamos, outras somos rejeitados... Temos de aprender a viver com alegrias e tristezas, e tentar alcançar o máximo de paz durante este percurso a que chamamos "vida".

Dizes que no passado não conseguiste viver em paz na tua vida social e no amor... e hoje?

Anónimo disse...

gostei do que escreveste, sim é uma boa verdade, o tempo é o nosso maior dador de respostas, ás vezes são aquelas que queremos, outras vezes nem tanto, mas a vida é assim, eu hoje vivo em paz, pk ja nao penso, vivo, e dantes não, parava de viver para pensar, meditar e concluir, mas isso depois impedia me de viver, e sei que hoje vivo em paz, pk continuo a pensar, mas não deixo de viver, e la está , o tempo dá nos oportunidade de errar, e de emendar mos o erro... mas la está pelo aquilo que escrevs vejo uma certa instabilidade em ti, do genero, "amanha" o tempo da t algo bom, e depois de "amanha" ja nem por isso, acho que a paz de que te falo, coincide cm uma certa regulariedade emocional, que me permite viver deliberadamente, so cm as alegrias e preocupaçoes que devo, mas nao querendo adivinhar te, sera o q eskrevi sobre ti,e sta errado?

Ana Rita Centeno disse...

A instabilidade faz parte do dia-a-dia e do nosso percurso. Mas é a surpresa do dia de amanhã que me faz viver um dia de cada vez.
Por muito que pense e reflicta nos pequenos pormenores, a verdade é que não lhes dou a mesma importância durante o resto do dia daquela que lhes dou no momento. E por isso, posso dizer que me permito viver em paz.

Verdade seja dita, para mim o viver em paz implica muita coisa e eu sou muito exigente. Acho que se dissesse que "vivo em paz" me irritava profundamente por ter menos probabilidades de ter uma surpresa no dia a seguir! Talvez o exigente não seja a palavra mais correcta nesta altura...

A regularidade emocional de que falas... bem, percebo o que queres dizer, mas a mim soa-me logo a rotina, coisa que detesto :s E isso tira-me do sério, não me dá paz nenhuma.
É claro que também gosto de sentir alguma segurança (e acho que é mais a isso que te referes), algo que me deixa comodamente estável quanto às minhas emoções e sentimentos. Quem não gosta?! Vivemos para sermos amados, seja de que maneira for.
Nesta altura da minha vida posso não estar numa situação tão confortável, mas estou bem e vou vivendo cada dia com um sorriso na cara... o que é bom!

Todos temos problemas que nos afectam a curto, médio ou a longo prazo, eu, nesta altura tenho um pouco de tudo, mas nada que não se resolva.

Provavelmente os meus comentários aos pequenos pormenores são um escape dos problemas maiores com que me deparo... quem sabe...
É como te digo, a instabilidade é o que nos define como seres vivos... E ainda não se pode explicar o que sentes, como sentes e como vives com o que sentes... é teu, é único, é pessoal, é íntimo...

E sim, nós (seres humanos) complicamos mais as coisas do que elas são! ;)