sexta-feira, 10 de julho de 2009

Possivelmente não é nada do outro mundo...

Pouco passa das 3h30 da manhã e estou a conduzir até casa. Raros são os carros que vejo em andamento e nem uma pessoa a pé... o mundo pára durante a noite se quisermos.
Estou parada num semáforo porque está vermelho mas nem um carro passa nos outros sentidos e sinto-me estúpida. Passou para verde e continuo a viagem.
Nos semáforos seguintes, também vermelhos (sim porque não há luzinhas verdes em sintonia nestas coisas "atrasadoras"), vejo um gatinho no passeio e outro no meio do cruzamento entretido com alguma coisa.
Estamos em pleno verão onde as noites são mais quentes que um dia de verão no inverno, são as chamadas "Noites maravilhosas"!
Aproximo o carro e ele nem dá por mim. Paro e saio do carro. Aí já dá pela minha presença e afasta-se, não muito satisfeito. É quando me apercebo que lhe estraguei a brincadeira... tenho uma barata na minha direcção, provavelmente para me agradecer tal salvamento!
Depois de um arrepio pela espinha, uns olhos esbugalhados de repugnância, um encolher de dedinhos de pés (que estavam nuzinhos apenas de chinelos) e um pequeno gemido sofrido de donzela em apuros, saltei a pés juntos para dentro do carro!
Gato salvo, barata agradecida e semáforo verde... ala que se faz tarde!

E é aqui que aparece a bela da polícia. Uma verdadeira "campanha" militar nocturna em duas carrinhas, 3 carros patrulha e 4 fardados a pé. Em noite tão calma como esta, das três uma: ou algo se passa e ninguém sabe; ou estão de castigo; ou então o país está mesmo a mudar! Mas como eu ainda acredito no Pai Natal... acho que estavam de castigo! (hahahaha brincadeirinha :D hahahahaha)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Vida de gato III

Após uma longa noite de repouso e verdadeiro descanso...
- Só possível com a porta fechada, claro. Quem tem gatos sabe bem que uma cama gigante, onde cabem umas 3 ou 4 pessoas, se pode transformar, em segundos, numa cama de meia pessoa e numa posição que contada ninguém acredita. Digamos que um gato cujo tamanho não excede uma bola de futebol no nosso colo, deitado na cama do dono pode parecer-se maior que uma pantera... não só se parece pelo tamanho mas também pelo seu instinto selvagem. É que se um gato que dorme na nossa cama é incomodado a meio da noite (o que é normal que a pessoa se mexa a dormir) ele gosta de nos relembrar que está ali com umas dentadas nos (arg...) pés de quando em quando
Mas voltando à história...

... Há sempre alguém que se lembra de abrir a porta do quarto porque sim. E mesmo que não se acorde com o barulho, uns segundos depois sinto uns bigodes curiosos a fazerem-me "cosquinhas" na cara... depois sinto umas míseras patinhas a passearem-me por cima... é aquele momento em que sei como as "zebras" se sentem... e volto a sentir uns bigodinhos acompanhados de um nariz molhado, gelado e... sinto-me snifada!
Abro os olhos e tenho outros dois olhinhos a observarem-me como quem diz:
- "An'a peguixoja, vem bincaí cumigo!"

Uma pessoa não consegue resistir a tal "féxnérice", claro. Acordo bem disposta e vou brincar um pouco com os pestinhas. Depois a coisa acalma e vamos tomar o pequeno-almoço. Venho ao computador fazer as leituras matinais heis-senão-quando... passa um gatinho a tropeçar numa luva de borracha (maior que o próprio gatinho) que ele transporta na boca com o maior orgulho! É a caça do dia!

sábado, 4 de julho de 2009

Quando a saudade aperta

Recorremos aos nossos instintos primários e comporta-mo-nos da forma mais pura do ser vivo, como os animais, os bebés e as crianças. Vamos ter com a pessoa de quem temos saudades, com os objectos dessa pessoa, tentamos, desesperadamente, encontrar um cheiro que nos mate a saudade levando-nos à recordação que tanto queremos viver de novo... Culpa-mo-nos por não ter reagido de outra forma, tentamos imaginar uma outra reacção que nos faça sentir melhor e, em vão, lutamos por tornar verdadeira a reacção fantasiosa.

Porque tentamos sempre melhorar algo do nosso passado? Se temos consciência do erro, se sentimos culpa por algo que fizemos, então porque não corrigimos daí em diante? O passado fez de nós o que somos hoje! Se realmente nos apercebemos dos nossos erros então já aprendemos algo que não teríamos aprendido se não tivéssemos errado.

A perfeição é uma utopia que não pertence a nenhum ser vivo. Os nossos defeitos tornam-nos únicos e memoráveis. O que não nos impede de distinguir o bem do mal. Mas é essa distinção que faz a diferença nos nossos defeitos. Nem sempre podemos agir consoante a definição do "bem" pois já diz o ditado que "de boas intenções está o inferno cheio". Um equilíbrio entre todo o tipo de opostos é a chave da felicidade.

E a felicidade também passa por recordar o passado, o valor que antes não dávamos a coisas que sempre tivemos e que só quando as deixámos de ter é que sentimos falta delas, os tempos vividos com pessoas que já não podemos abraçar...

Não chores de saudade com tristeza, chora de saudade com um sorriso orgulhoso por teres conhecido a pessoa que nunca esquecerás.

O comentário mais preguiçoso

Deitado na cama a fazer zapping com o comando da televisão. Por momentos pára e faz um longo e exaustivo suspiro enquanto observa uma maratona:

- Só de ver estes tipos a correr já me sinto cansado e a perder peso...