segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Aquela nódoa

Um dia bato em algo que me magoa mesmo muito. Primeiro fica uma mancha vermelha pela pele irritada, de seguida amarela, depois passa pelo verde até ficar bem roxo quase preto. Acaba por se revelar ladeada de pigmentos de sangue pisado até o nosso corpo se regenerar por si. A dor tanto pode ser forte como pode passar despercebida, mas aquela mancha está para ficar por tempo indeterminado.
Após o primeiro embate até me posso esquecer que ela existe, mas apenas por breves momentos, porque quando volto a tocar nessa zona a dor que provoca faz-me lembrar que ainda não sarou. Essa dor, limita-me os movimentos, limita-me a rapidez, torna-me frágil... a cor fica feia e retrai-me, não quero que me vejam de forma diferente... Não me isolo, mas escondo aquela cor estranha e o que faço, faço-o de forma a que não me sinta debilitada. Aprendo a viver com isso e adapto-me facilmente a todas as circunstâncias.
O tempo vai passando e vou esquecendo a pouco e pouco... quando me apercebo ela já desapareceu!
Assim se descreve a tristeza, esse sentimento que nos faz crescer...

Há pouco tempo aprendi com Eduardo Sá a "beleza" que a tristeza pode trazer... Faz-nos crescer, faz-nos pensar, faz-nos reflectir, adaptar a novas situações, isolar (sim, todos precisamos de passar algum tempo sozinhos)... no fundo, faz-nos parar para pensar, e todos precisamos disso em algum momento.
Não é assim tão mau... má é a dor que isso provoca, é a forma distorcida como nos podemos ver, más são as limitações que pensamos ter, a fragilidade em que ficamos e, por vezes, a forma como descarregamos em cima de alguém que nos ajuda...

E, no fim, existe sempre uma conclusão, uma lição a tirar de tudo isso. Fui aprendendo ao longo do tempo a retirar as coisas boas das coisas más... Hoje posso dizer que a vida me sorri!

(Em comentário) Mas como ser exigente que sou... ainda pode sorrir mais!