quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Quando a desilusão nos invade...

... dá aquela vontade de confrontar a pessoa em questão... saber se tem realmente a coragem de nos contar e admitir que errou... observar bem os olhos da pessoa e tentar decifrar pela alma o que se passou para cometer tal erro...
Estamos de cabeça fria, sentimo-nos magoados, traídos, tristes, por vezes até humilhados... resumindo todos estes e outros sentimentos, a verdade é que a decepção e a desilusão nos consome!
Faz-nos respirar ira, ver raiva, sentir desgosto, saborear a ansiedade, ouvir e imaginar as piores coisas, mas mesmo assim, faz-nos querer ouvir novamente e lê-lo pela alma... A nossa atenção concentra-se apenas em ouvir daquela pessoa algo que nunca se pensou ouvir mas que já se sabe que, mesmo que não o admita, já o disse, já o fez ou já qualquer outra coisa...
A verdade é que neste estado só acabamos por nos magoar ainda mais.
O segredo está em acalmar primeiro e tentar resistir à tentação de não apontar o dedo antes da pessoa se apontar a ela própria. Deixar que seja a sua própria consciência a fazê-la consumir-se em arrependimento.
Assim será mais fácil perdoar...
Imaginemos a situação que acabei de presenciar numa série de televisão (motivo pelo qual me deu vontade de escrever isto agora):
Um advogado, após finalizar um caso complicado onde descobriu a derradeira verdade de que o seu amigo de há 30 anos tinha cometido um homicídio, descobre que a sua filha tinha sido presa por conduzir embriagada. Sabe disto através de um colega e amigo a quem ela pediu ajuda enquanto ressacava dentro de 3 paredes de pedra e mais uma de grades...
Sente-se inundado por todos os sentimentos que anteriormente descrevi e vai o mais rápido possível para casa pronto a confrontá-la.
No entanto, quando chega ela estava a chorar pois tinha acabado de ver as notícias do julgamento e a condenação do amigo do pai, considerado tio (é uma série americana... são todos tios).
Piadas à parte, a conversa inicia-se com um diálogo evasivo da parte dela e com sucessivas tentativas da parte dele para que ela confesse por si. No entanto, a conversa apenas se refere ao julgamento... "Se ele me tivesse contado a verdade desde o início eu poderia tê-lo ajudado". Ela abraça-o, diz que o adora e sobe para dormir...
A lição de moral aqui é que é preciso ser-se corajoso para assumir um erro, é preciso ser-se responsável, ter respeito pelos outros, fazer ou deixar que as oportunidades surjam e, acima de tudo, não as desperdiçar...
"Herrar é umano"

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