Recentemente ninguém tem recebido os meus e-mails parvos, aqueles que servem pa descontrair um cadixinho de vez em quando...
Mas a quem vou enviar este já sabe muito bem o que se passou nas últimas semanas e, por isso, escuso de o dizer aqui...
Mas a quem vou enviar este já sabe muito bem o que se passou nas últimas semanas e, por isso, escuso de o dizer aqui...
Quero agradecer-vos a todos o apoio, a força, os abraços, as conversas, as palavras que não existem... e, em especial a vossa verdadeira amizade! Como devem imaginar também não tenho mãos a medir com tantos de vocês a preocuparem-se comigo (o que é muito bom), mas é difícil responder a todos, especialmente nesta altura que tenho (por obrigação) tanta coisa para tratar, tanta coisa em que pensar e uma realidade que ainda não consigo encarar...E, por isso, peço-vos as minhas desculpas.
Achei que agradecer assim, embora não seja a coisa mais pessoal que pudesse arranjar, é uma forma de não me repetir muitas vezes e de vos dizer que, embora não tenha respondido a muitas mensagens, não me esqueci de vocês! Estou numa fase em que não consigo encarar a realidade nem acreditar que o que se passou foi mesmo verdade. Tenho-o aqui ao meu lado todos os dias e está tão perto e tão longe...
Estou a conhecer melhor o meu pai e tenho pena de não o ter conhecido assim antes nem ter compreendido antes certas e determinadas posições que ele tomava e que, agora, fazem todo o sentido... Tenho muito orgulho em ter o pai que tenho!
Mas, apesar de tudo, estou relativamente bem... tenho os meus altos e baixos mas tenho mesmo é que continuar, pois que remédio. É provável que não me vejam a rir tantas vezes e da mesma forma, como antes, tão cedo; é provável que reparem num ar mais pesado, cansado, num sorriso amarelo quando me perguntam se está tudo bem... é normal.. acho... Nem tão cedo vou poder dizer que "sim, está tudo bem" com grande convicção... mas o "sim, vai-se andando" parece-me uma boa opção.
Não me faz confusão falar do que se passou, e não quero que se sintam inibidos em perguntar alguma coisa. Não é por perguntarem que vai fazer pior... o pior já aconteceu... Se eu disser que não quero falar disso é porque estou num dia agitado, ou já falei muito sobre o assunto e sinto-me cansada, ou por qualquer outra razão que explique na altura... mas não é por não querer falar de vez. Vai custar sempre, é uma perda irreparável e insubstituível, vou ter de viver com isso e, um dia, aperceber-me da impossibilidade de voltar a sentir aquele abração de pai orgulhoso...
Ponho-me um pouco desse lado... dantes eu só estava desse lado... e sei que as pessoas têm sempre algum receio de dizer ou perguntar alguma coisa... de facto, não há muitas palavras que me possam confortar, mas qualquer coisa, mesmo que parva, serve... melhor que as palavras ainda são os "gestos", as atitudes... enfim, já sabem que eu sou aquela pessoa que defende sempre a comunicação e, por isso, já deviam esperar qualquer coisa assim...
Nestas alturas, infelizmente, é quando nos apercebemos melhor dos amigos que temos, da família que sempre tivémos e do namorado que vou ter sempre...
Obrigada mesmo!
Obrigada por...
- ... terem vindo de tão longe só pa dar aquele abraço
- ... enviarem mensagem e/ou telefonarem mesmo quando não há palavras a dizer
- ... terem estado lá
- ... se continuarem a preocupar
- ... me tentarem animar
- ... Obrigada por tudo!
... e tudo e tudo e tudo...
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